ATA DA SEXTA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 14-6-2010.

 


Aos quatorze dias do mês de junho do ano de dois mil e dez, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezesseis horas e trinta e oito minutos, foi realizada a chamada, respondida pelos vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, André Carús, Bernardino Vendruscolo, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Engenheiro Comassetto, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta, Paulo Marques, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra, Toni Proença e Waldir Canal. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Adeli Sell, Beto Moesch, Fernanda Melchionna, Idenir Cecchim, Luiz Braz, Mario Manfro, Maurício Dziedricki e Pedro Ruas. Após, foi apregoada a Subemenda nº 01, de autoria do vereador Airto Ferronato, Relator, à Emenda nº 04 aposta ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 005/10 (Processo nº 2003/10) e foi aprovado Requerimento de autoria de Sua Excelência, solicitando que essa Emenda fosse dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Em prosseguimento, foram apregoados os seguintes documentos, deferidos pelo senhor Presidente, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo: Memorando nº 039/10, de autoria do vereador Engenheiro Comassetto, nos dias dezenove, vinte e vinte e dois de junho do corrente, na 4ª Conferência Estadual das Cidades, em Brasília – DF –; Memorando nº 068/10, de autoria do vereador Mauro Zacher, no dia dez de junho do corrente, no I Curso de Formação e Integração para a Comunidade Escolar do Ginásio São Gabriel, às vinte horas e trinta minutos, no Município de São Gabriel – RS –; e Requerimento s/nº, de autoria do vereador Mauro Pinheiro, nos dias dezesseis e dezessete de junho do corrente, no evento “Jantando com a AGAS”, no Município de Livramento – RS. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 053/10; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 007/10, os Projetos de Lei do Legislativo nos 240/09, 054, 077, 083, 086, 093, 094, 008/10, este discutido pelo vereador Aldacir José Oliboni, 028/10, discutido pelos vereadores André Carús, Engenheiro Comassetto e Bernardino Vendruscolo, 033/10, discutido pelo vereador Engenheiro Comassetto e pela vereadora Sofia Cavedon, 071/10, discutido pelo vereador Bernardino Vendruscolo, 072/10, discutido pelo vereador Aldacir José Oliboni e pela vereadora Sofia Cavedon, o Projeto de Lei do Executivo nº 015/10, discutido pela vereadora Sofia Cavedon, e os Projetos de Resolução nos 009, 014 e 015/10. Na oportunidade, o senhor Presidente registrou o transcurso, hoje, do aniversário do vereador Dr. Thiago Duarte, procedendo à entrega, em nome da Mesa Diretora, de um cartão de felicitações a Sua Excelência. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Engenheiro Comassetto, Dr. Thiago Duarte, João Antonio Dib, Aldacir José Oliboni, este pela oposição, João Antonio Dib, este pelo Governo, e Idenir Cecchim. Às dezessete horas e trinta e oito minutos, nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Nelcir Tessaro e Mauro Pinheiro e secretariados pelo vereador Bernardino Vendruscolo. Do que eu, Bernardino Vendruscolo, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada por mim e pelo senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Estão abertos os trabalhos.

Há quórum, passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 1109/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 053/10, de autoria do Ver. Luciano Marcantônio, que obriga as agências e os postos de serviços bancários localizados no Município de Porto Alegre a disponibilizarem aos seus clientes armários guarda-volumes e dá outras providências.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 5365/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 240/09, de autoria do Ver. Aldacir José Oliboni, que institui como Área Especial de Interesse Institucional o próprio municipal localizado na Rua Itaboraí, nº 898, no Bairro Jardim Botânico, e determina que nesse próprio municipal sejam prioritariamente instalados equipamentos urbanos públicos voltados à segurança, à cultura, à saúde e ao lazer.

 

PROC. Nº 0430/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 008/10, de autoria do Ver. Aldacir José Oliboni, que institui, no âmbito do Poder Público Municipal, o bloqueio do acesso a sites que contenham conteúdo pornográfico ou que façam apologia às drogas, à pedofilia ou à violência.

 

PROC. Nº 1521/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 072/10, de autoria do Ver. Aldacir José Oliboni, que institui o calendário escolar unificado para a educação básica nos estabelecimentos públicos e privados de ensino localizados no Município de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. Nº 1110/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 054/10, de autoria do Ver. Luciano Marcantônio, que obriga os supermercados e hipermercados localizados no Município de Porto Alegre a disporem de passagem adequada, em seus caixas de pagamento, para obesos, gestantes e usuários de cadeiras de rodas.

 

PROC. Nº 1165/10 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 009/10, de autoria do Ver. Beto Moesch, que concede o Diploma Honra ao Mérito ao senhor Rodrigo Gonçalves dos Santos.

 

PROC. Nº 1649/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 077/10, de autoria do Ver. Toni Proença, que concede o título de Cidadão Emérito de Porto Alegre ao senhor José Paulo Dornelles Cairoli.

 

PROC. Nº 1917/10 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 014/10, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que concede o Diploma Honra ao Mérito ao senhor João Antônio de Souza Peixoto.

 

PROC. Nº 1988/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 086/10, de autoria do Ver. Nelcir Tessaro, que denomina Rótula Darcy Marcos de Alencastro o logradouro público cadastrado conhecido como Rótula Mil Sessenta e Três, localizado no Bairro Petrópolis.

 

PROC. Nº 2106/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 093/10, de autoria da Mesa Diretora, que extingue 1 (uma) função gratificada de Auxiliar Legislativo, cria 1 (uma) função gratificada de Assistente do Serviço de Obras e Manutenção no Quadro dos Cargos em Comissão e Funções Gratificadas, constante do art. 20 da Lei nº 5.811, de 8 de dezembro de 1986, e alterações posteriores, e altera, nas especificações constantes do Anexo dessa Lei, os requisitos para o provimento das funções gratificadas de Assessor para Composição de Proposições e Assessor para Redação Final.

 

PROC. Nº 0732/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 028/10, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que institui, no âmbito do Município de Porto Alegre, concurso para a elaboração de projeto de estruturação do Parque Temático da Cultura e Folclore Gaúcho e dá outras providências.

 

PROC. Nº 0802/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 033/10, de autoria do Ver. Toni Proença, que estabelece a recarga fracionada de créditos eletrônicos no cartão escolar do sistema de bilhetagem eletrônica do Município de Porto Alegre e revoga o § 2º do art. 6º da Lei nº 5.548, de 28 de dezembro de 1984. Com Emenda nº 01.

 

PROC. Nº 1316/10 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 007/10, de autoria do Ver. Luciano Marcantônio, que inclui inc. VI no caput do art. 170 da Lei Complementar nº 420 – que institui o Código de Proteção contra Incêndio de Porto Alegre e dá outras providências –, e alterações posteriores, ampliando o rol de componentes mínimos a integrarem as instalações de alarme acústico.

 

PROC. Nº 1500/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 071/10, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que institui, no Município de Porto Alegre, o Museu do Gaúcho e dá outras providências.

 

PROC. Nº 1922/10 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 015/10, de autoria do Ver. Engenheiro Comassetto, que concede a Comenda Por do Sol à QI Escolas e Faculdades Ltda.

 

PROC. Nº 1958/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 083/10, de autoria do Ver. Mauro Zacher, que concede o título de Cidadã de Porto Alegre à senhora Katia Suman.

 

PROC. Nº 2117/10 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 094/10, de autoria do Ver. Nelcir Tessaro, que denomina Hospital de Pronto Socorro Doutor Eliseu Felippe dos Santos o equipamento público conhecido como Hospital de Pronto Socorro (HPS), localizado no Largo Teodoro Herzl, s/nº, Bairro Farroupilha.

 

PROC. Nº 2163/10 – PROJETO DE LEI EXECUTIVO Nº 015/10, que dispõe sobre a concessão de abono complementar aos servidores públicos municipais, detentores de cargos de provimento efetivo e ocupantes de funções celetistas do Poder Executivo Municipal.

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Apregoamos a Subemenda nº 01 à Emenda nº 04 ao PLCE nº 005/10, de autoria do Ver. Airto Ferronato, que modifica o enunciado da alteração proposta (Lê.): “Altera a redação do inciso II do parágrafo 2º do art. 1º do Projeto, substitui na redação do inciso II a expressão ‘ligados’ pela expressão ‘necessários’”.

Em votação Requerimento de dispensa de envio da Subemenda nº 01 à Emenda nº 04 ao PLCE nº 005/10 às Comissões. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Apregoo Requerimento do Ver. Mauro Pinheiro, que solicita representar a Casa em discussão com a AGAS, no Município de Santana do Livramento, sem ônus para esta Casa.

Apregoo Memorando nº 039/10, do Ver. Engenheiro Comassetto, que solicita representar esta Casa na 4ª Conferência Estadual das Cidades, que será realizada de 19 a 23 de junho do ano corrente em Brasília, Distrito Federal.

Apregoo Memorando nº 068/10, do Ver. Mauro Zacher, que solicita representar esta Casa na palestra sobre Bullying, no auditório do Ginásio de São Gabriel, em São Gabriel, no Rio Grande de Sul - já ocorreu no dia 10 de junho do corrente, sem ônus para esta Casa.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente.

 O Ver. André Carús está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ANDRÉ CARÚS: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, boa-tarde. Já está em discussão preliminar de Pauta o Projeto de Lei do Legislativo nº 028/10, de autoria do nosso colega de Bancada Ver. Bernardino Vendruscolo, que institui no âmbito do Município de Porto Alegre um concurso para elaboração do projeto de estruturação do Parque Temático da Cultura e Folclore Gaúcho. Este é um Projeto que, na nossa avaliação, merece um absoluto destaque. Trata-se de tema relevante, dada a importância que o Acampamento Farroupilha e os festejos da Semana Farroupilha atingiram em relação à população de Porto Alegre, não só no que tange às pessoas que tradicionalmente já são partidárias do Movimento Tradicionalista e que vêm atuando nesse segmento há longo tempo, mas também por envolver outros segmentos, é um tema que tem trazido diversas famílias a participar. A instituição desse concurso, para que a população futuramente possa desfrutar ali, na Estância do Parque da Harmonia, de um parque temático especificamente voltado para o culto das tradições gaúchas, é algo absolutamente relevante.

Aproveito para fazer um gancho nessa proposta do Ver. Bernardino: ressalto a necessidade, aliada a essa proposta, de outras tantas matérias que venham somar na qualificação da mobilidade urbana e de obras de infraestrutura e viárias da nossa Cidade. É imperativo que se discutam e que sejam apreciadas matérias que objetivem o debate desse tema, porque não podemos mais conviver com problemas crônicos, problemas que se arrastam ao longo do tempo na cidade de Porto Alegre. Protocolamos na semana passada dois Projetos nessa direção: um deles limitando, nos horários considerados de pico, o tráfego de caminhões, de veículos pesados em vias com até três faixas de circulação; outro limitando o estacionamento nos dois lados de vias urbanas mais estreitas que possuem até duas faixas de circulação na cidade de Porto Alegre. Obras como esta, projetos como estes devem, sim, contar com a atenção das Sras Vereadoras, dos Srs. Vereadores e com a atenção muito especial do Poder Executivo. Nós temos que dotar de todas as potencialidades a nossa Capital, prepará-la para receber o mundo na Copa de 2014. Tenho absoluta certeza de que os investimentos já previstos em obras de infraestrutura recentemente anunciadas pelo Prefeito Fortunati visando à Copa de 2014; de que a necessidade de se instituir no Parque Maurício Sirotsky Sobrinho um parque temático voltado para o culto das tradições gaúchas; de que a qualificação, com ações pontuais, no trânsito da Cidade, para que o cidadão, o trabalhador, o jovem, o estudante, a dona de casa não sejam penalizados com os enormes congestionamentos que são impostos nos horários de pico, para que não sofram prejuízos econômicos em função disso, tudo isso será uma pauta permanente na Cidade. Precisamos, sim, preparar a Porto Alegre do presente para torná-la a Porto Alegre do futuro, uma Porto Alegre absolutamente pronta para receber a Copa do Mundo de 2014. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; colegas Vereadoras e Vereadores, senhoras e senhores, quero comentar aqui hoje dois Projetos que estão iniciando seu trâmite nesta Casa. Um é de autoria do Ver. Toni Proença, que propõe um Projeto de Lei para que possa ser realizada, pelos usuários de transporte público de Porto Alegre, a compra do cartão Tri de forma parcelada. Hoje, todos os que necessitam comprar passagens no cartão têm que comprar de uma única vez as cinquenta passagens, de uma forma individual. Numa família com cinco membros que precisam utilizar ônibus, isso significa trezentos reais, valor que tem que ser desembolsado de uma única vez, o que cria um conflito principalmente para a população de baixa renda. O Ver. Toni propõe a compra de forma parcelada durante o mês, e não de uma única vez.

Eu já conversei com o colega Ver. Toni Proença, e estamos verificando a possibilidade técnica de apresentar uma Emenda para que possa ser construído, no sistema da bilhetagem eletrônica, no Tri, o bloqueio automático do cartão, porque, quando as pessoas perdem os seus cartões ou são roubadas, é uma dificuldade fazer o bloqueio. Quando conseguem executar isso, quem levou o cartão já gastou toda a carga que ali tinha. Portanto, o sistema tem que oferecer ao usuário o bloqueio automático: se ele foi roubado ou perdeu o cartão, ao comunicar o fato, que o cartão seja bloqueado automaticamente, assim como já se faz com cartões de crédito e outros.

O segundo Projeto, o do Ver. Bernardino Vendruscolo, propõe a questão do Parque Temático da Cultura e Folclore Gaúcho aqui no nosso Parque da Harmonia. Neste momento, existe uma polêmica em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul em relação às festividades da Semana Farroupilha, justamente sobre a prestação de contas - a transparência da prestação de contas. Nós já fizemos um debate aqui na Comissão há poucos dias, e, da maneira como a prestação de contas é apresentada hoje, ela não garante uma transparência efetiva dos números arrecadados, inclusive de dinheiro público, por isso muitas dúvidas foram geradas.

Nós apresentamos uma Emenda a outro Projeto do Ver. Aldacir Oliboni criando uma coordenação ou uma comissão gestora que possa trazer, para o controle das contas públicas da Semana Farroupilha - a maior festividade do gaúcho ou da cultura gaúcha -, o controle popular de toda a arrecadação pública que é feita. Ver. Bernardino, se somos a capital dos gaúchos - há gaúchos por todo o Brasil e por todo o mundo - e aqui nós nos associamos com os vizinhos do Plata, tanto o Uruguai, quanto a Argentina, o Rio Grande do Sul deve ter um cartão de visitas para recepcionar esse público. Se quisermos saber como se deu a formação da nossa cultura gaúcha, aonde levamos um visitante? No máximo a um restaurante, para ver aquela dança estilizada das boleadeiras, que não deixa de ser algo que não configura a afirmação da tradição da cultura gaúcha, e nossa cultura é a que tem a maior diáspora, a maior distribuição pelo mundo.

Então poderá ser um cartão postal fazermos aqui no Parque Harmonia um parque temático permanente da cultura do gaúcho. Obviamente, um projeto de lei não constrói; um projeto de lei orienta que o Executivo venha construir. Portanto, tem todo o nosso apoio o Projeto de transformar essa região central, que já é destinada ao Acampamento Farroupilha, num grande espaço para que possamos receber os nossos visitantes e demonstrar o que é a cultura do gaúcho. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Eu convido o Ver. Dr. Thiago Duarte para aproximar-se da Mesa dos trabalhos e receber o seu cartão de aniversário, que está sendo comemorado nesta data.

 

(Procede-se à entrega do cartão de aniversário ao Ver. Dr. Thiago Duarte.) (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; colegas Vereadoras e Vereadores, público que acompanha neste momento a nossa Sessão de hoje, eu quero me referir a dois Projetos de Lei de minha autoria. O primeiro institui, no âmbito do Poder Público Municipal, bloqueio de acesso a sites que contenham conteúdo pornográfico, que façam apologia às drogas, à pedofilia ou à violência. Todos sabemos que a Internet pode ser utilizada como instrumento educativo, de conhecimento, mas também pode ser utilizada pelos criminosos, para a pedofilia, vitimando crianças e adolescentes, ou para tantas outras agressões, eu diria, feitas pelos veículos de comunicação - no caso, referimo-nos à Internet.

Pois a ideia deste Projeto é muito simples, ele vai, por meio de um programa que será administrado pelo Poder Público Municipal, impedir o acesso a esse tipo de manifestação, que não é aceita e que hoje é utilizada pelos criminosos, mais especificamente pelos pedófilos e pelos que fazem apologia às drogas. Se pegarmos, por exemplo, a questão dos telecentros em Porto Alegre, veremos que eles estão abertos para qualquer acesso. Alguns cidadãos podem ficar horas a fio nesses estabelecimentos, utilizando esse instrumento público - portanto, recursos públicos - para fazer apologia às drogas. Então, é a este aspecto que eu me refiro: nós temos que ter alguns instrumentos, e isso é importante, porque, através de alguns programas, essa filtragem pode ser feita com uma certa segurança. Que esses cidadãos que utilizam determinados instrumentos públicos, como é o caso dos telecentros e da rede pública municipal, não tenham acesso a essa prática criminosa. Então, peço aos Srs. Vereadores que avaliem de forma carinhosa este Projeto de Lei.

O outro Projeto de Lei é consequência de uma demanda de inúmeros professores da rede de ensino: propomos a instituição de um calendário escolar unificado para a educação básica nos estabelecimentos públicos e privados de ensino localizados no Município de Porto Alegre, tanto no que diz respeito às férias unificadas, diríamos assim, nos quinze dias do mês de julho, como no mês todo, em janeiro, porque percebemos que, na grande maioria - e isso não acontece só em Porto Alegre, acontece em outros Municípios, mas Porto Alegre pode ser pioneira nesse sentido -, o ensino particular determina um período para férias diverso do período definido pelo serviço público. E quem é pai, ou pais, com filhos nos dois estabelecimentos de ensino, seja no público ou privado, dificilmente consegue programar suas férias. E isso também ocorre com o próprio professor que dá aula tanto no ensino público como no privado e que também não consegue programar, ao longo do ano, trinta dias de férias. Nós estamos propondo aqui uma comissão que possibilite aos órgãos públicos municipais e estaduais discutir uma possibilidade concreta de um calendário unificado de férias tanto para as quinzenas do mês de julho como para todo o mês de janeiro.

Então, essas são duas pequenas iniciativas, mas que, com certeza, têm um grande alcance social e vão possibilitar concretamente uma ampla discussão com todos os segmentos. O Projeto não determina o período de férias; ele sugere a criação de uma comissão, para que ela dialogue com as instituições de ensino, sejam públicas ou privadas, para encontrar uma saída e poder unificar o período de férias, seja ele no mês de julho ou no mês de janeiro. Portanto, aos colegas Vereadores peço que, nesse período em que vai tramitar nas Comissões, possam apresentar pareceres favoráveis ou até emendas que venham a colaborar e contribuir com este Projeto de Lei. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, há vários Projetos importantes, e considero que o do fracionamento do crédito da recarga para passagem escolar é muito importante. Ver. Toni Proença, quero elogiá-lo, porque esse é um tema dos mais delicados. Muitos jovens não conseguem ir à escola porque não têm recursos para fazer essa compra, e, às vezes, a possibilidade de uma diarista comprar uma parte num período e, depois, comprar outro tanto é muito importante. Agora, temos que avançar mais ainda. Estamos com um Projeto de Lei pronto para ser votado, vamos fazer mais uma reunião da Comissão de Educação nesse sentido, tratando da gratuidade, sim, da extensão do Vou à Escola para o Ensino Médio em Porto Alegre. E temos que pressionar o Governo do Estado, pois muitos jovens não conseguem acessar a escola, porque sequer a meia-passagem as famílias conseguem comprar. Então, parcelar é um passo nesse sentido. Acho que devemos acelerar e discutir esse tema.

Também quero registrar aqui a iniciativa do Ver. Aldacir José Oliboni, que está preocupado com a unificação dos calendários escolares das diferentes redes de ensino. Acho que vale o debate, temos que considerar os diferentes fatores, mas pelo menos algumas semanas têm que coincidir, porque as famílias ficam com dificuldades de tirar férias, até mesmo os professores com seus filhos, porque os professores saem num período e os... Eu acho que isso está bem encaminhado, Ver. Aldacir José Oliboni.

Quero fazer um registro, de novo, referente à questão da votação do abono. Acho que foi importante esta Sessão Extraordinária, meu Líder, Ver. Engenheiro Comassetto, tivemos motivos suficientes para tirar o quórum da Sessão anterior: esta Casa precisa honrar os acordos que faz. Esse acordo de votação do Título à Dilma foi construído na Reunião de Mesa e Lideranças, e nós podemos divergir e já divergimos muito, vamos ao voto, vamos ao argumento, mas o encaminhamento dos Projetos, uma vez acordado, tem que ser honrado por todas as Bancadas. Senão é muito difícil a estabilidade democrática nesta Casa. De fato, houve maturidade deste Plenário, que recupera este acordo para quarta-feira no primeiro horário - espero que cumpramos -, traz o tema do abono e permite que aceleremos a pauta do abono, porque, Ver. João Antonio Dib, de novo, o nível II, do Município, na sua maioria de operários, funcionários de cozinha e de limpeza, está abaixo do salário mínimo e afastado, portanto, da dignidade mínima de um trabalhador neste País. O tema exige, sim, da Prefeitura um replanejamento da matriz salarial, porque não é aceitável.

Apesar da grande perda que tem tido o Estado do Rio Grande do Sul, nos últimos anos com a Governadora Yeda, em relação ao salário mínimo regional, que vinha num crescimento substantivo acima do salário mínimo nacional, apesar de ter perdido nesse sentido, temos visto o País fortalecer o salário mínimo, um salário básico, pequeno ainda diante das necessidades da população brasileira, mas ele é um dos fatores mais importantes que conseguiram fazer o Brasil enfrentar a crise. Nosso País conseguiu alargar o consumo e não aprofundar a concentração de consumo em poucos beneficiados. Esse é um dos grandes méritos dos dois Governos Lula. O fortalecimento do salário mínimo, combinado com o Bolsa Família, combinado com o crescimento econômico, com geração de empregos, fez o Brasil ter consumo interno. Não é um consumo de supérfluos, mas um consumo da cesta básica: do feijão, do arroz, da carne, aquela básica, mais barata, a de galinha... Ou seja, o nosso País está alimentando mais o seu povo e enfrentando a crise econômica mundial com esse consumo. Isso tem que nos acalentar, Ver. João Antonio Dib; tem que nos orgulhar... (Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Presidente desta Casa, Ver. Nelcir Tessaro; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, venho a esta tribuna, no período de Pauta, falar de dois Projetos de minha autoria: um cria o Museu do Gaúcho, e o outro trata de instituir concurso para a elaboração do Parque Temático. Por que falo de concurso para a elaboração do projeto? Na verdade, aquele prédio conhecido como Casa do Gaúcho também é chamado de parque temático, algo que não é nem um “ginasião” nem um galpão; é uma coisa...!

Ver. André Carús, V. Exª está nesta Casa há poucos dias, vai passar um período aqui, com certeza já demonstra a que veio pelos seus Projetos, quero cumprimentá-lo por isso.

Aqui em Porto Alegre nós tínhamos até alguns anos - falava antes o Ver. Engenheiro Comassetto - casas que tinham música e comida típica, como os restaurantes João de Barro, Tio Flor, Pulperia. Hoje não temos nada! Aqueles que falam das nossas churrascarias... Quero cumprimentar aqueles que ainda estão sobrevivendo, porque fazem o possível, mas as nossas churrascarias, as apresentações das nossas churrascarias estão longe das churrascarias, das apresentações dos artistas de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul. Longe, longe, longe! Em outros Estados, com certeza, há melhores coisas para oferecer, com todo o respeito, do que aquelas que nós temos aqui hoje. Não sei o motivo, mas, com certeza, os Governos não incentivaram e não estão incentivando aquilo que nós aqui temos defendido com unhas e dentes, que é a cultura, os usos e costumes do povo do Rio Grande.

Ainda este ano, fizemos uma visita oficial ao monumento O Laçador. Ali nós temos a homenagem ao “Grupo dos Oito”, do Julinho, liderado pelo Paixão Cortes. O Paixão Cortes, que tem andado por aí, como um “exército de um homem só”, faz o que pode, e eu quero aqui o elogiar antes de mais nada. E nós pedimos, na oportunidade, que replantassem - Ver. João Antonio Dib, para homenagear os “Oito” do Julinho - as palmeiras. Elas cresceram, e uma na oportunidade tinha perecido, e pedimos que replantassem, e eles replantaram. Olhem só como ela está, vejam o zelo, o amor. (Mostra a fotografia.) Esta é uma palmeira. Não sei quais deles querem homenagear, mas são oito palmeiras para homenagear os “Oito” do Julinho.

Isto aqui é falta de respeito! (Mostra a fotografia.) Lá na minha casa, no interior de Iraí, lá na colônia, nós aprendíamos, antes de aprender, a caminhar. Isto é falta de respeito! Teriam que recolher todos os responsáveis e meter na cadeia. Isto é falta de respeito! Nós fomos lá! Na oportunidade, o Presidente desta Casa, representando o Governo do Município, o Ver. Mario Manfro representando esta Casa, fizemos uma comitiva e fomos mostrar os problemas, porque não enxergavam e não enxergam até hoje. Agora, isto aqui é uma falta de respeito! Sinceramente, tortura é pouco, muito pouco, isso que eu não defendo tortura. Mas, olha, para estes, é muito pouco! Que falta de respeito com as pessoas que cultuam os que buscaram construir a cultura que temos por aqui, que nos dá destaque em nível nacional: Sítio O Laçador. O ônibus do Município, a Linha Turismo, que faz essas visitas aos pontos turísticos, sequer vai ao Laçador. Durma com um barulho desses, Presidente. Só tomando Olina! Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nelcir Tessaro): Encerrada a discussão da Pauta.

O Ver. Engenheiro Comasseto está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Nelcir Tessaro; colegas Vereadores, Vereadoras, senhoras e senhores, venho aqui, em nome da nossa Bancada, a do Partido dos Trabalhadores, trazer para o debate, principalmente com as Lideranças dos Partidos Políticos, a construção dos acordos políticos que esta Casa tem feito e tem cumprido ao longo do tempo. A Bancada do Partido dos Trabalhadores é uma Bancada que tem opinião, que apresenta sugestões, propostas, conteúdos para o debate político da Cidade. Nós temos concordâncias e discordâncias, mas trabalhamos sempre com transparência com as demais Lideranças; a Bancada apresenta-se sempre de forma clara quando concorda ou quando discorda dos temas.

O Ver. João Antonio Dib já sabe que a nossa Bancada tem uma posição contrária à sua Emenda à Lei Orgânica no que diz respeito à linha sucessória do Sr. Prefeito Municipal, veja que agimos de forma transparente e clara a respeito do Projeto, que será votado nesta Casa futuramente. O que não podemos aceitar das Lideranças, prezados colegas no plenário, são os movimentos subterrâneos feitos aqui, muitos feitos por não Líderes dos Partidos e que apresentam elementos de surpresa, foi o que vivenciamos no dia de hoje. Dos acordos em Reunião de Mesa e Lideranças, são feitas reproduções que nem sempre dizem respeito ao conteúdo lá discutido. Cobraremos, sim, do Presidente desta Casa uma maior transparência dos acordos feitos na Reunião de Mesa e Lideranças, porque a fala, nesta tribuna, por Lideranças de Partidos, não reproduziu o que nós acordamos hoje pela manhã na Reunião de Mesa e Lideranças.

Ver. Idenir Cecchim, se quisermos ter grandeza política, temos que ter franqueza, olho no olho, e acordo é acordo. Na política, para acordo, só tem um caminho: cumpri-los. Podemos ter discordâncias; agora, a nossa Bancada, a do Partido dos Trabalhadores, não faz jogo subterrâneo, Ver. João Bosco. Para que esta Casa continue com a sua integralidade, para que ela continue com a sua postura de reconhecimento entre os diversos Partidos e os diversos colegas Vereadores, a Reunião de Mesa e Lideranças só tem sentido quando o que lá é tratado é reproduzido neste plenário. Se não for assim, não há sentido. A nossa Bancada, que é a maior Bancada da Casa, mas na totalidade é minoritária, por mais de uma vez teve votos vencidos, mas, após os votos vencidos, nós honramos a grandeza que a Câmara de Vereadores de Porto Alegre tem no cenário do Rio Grande do Sul e nacional.

Eu trago esse debate aqui porque entendemos que esta nossa cultura de afirmação política, de confiança partidária e de confiança nos acordos hoje foi arranhada. Se foi arranhada, nós precisamos analisá-la. Trago aqui, em nome da minha Bancada, da Liderança da Bancada do Partido dos Trabalhadores, esse tema para dialogar com os companheiros, colegas Vereadores... (Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Dr. Thiago está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Ilustre Ver. Mauro Pinheiro, na presidência dos trabalhos; ilustres colegas Vereadores, aproveito este momento para agradecer o carinho das manifestações pelo meu aniversário e agradecer também à população, principalmente ao pessoal do bairro Restinga, do Extremo Sul, pessoal da Região Sul da Cidade, pelas ligações e por todo o carinho demonstrado no dia de hoje.

Eu queria deixar algumas questões bem claras e poder usar este espaço nesse sentido. Primeiro, eu queria deixar bem claro, em meu nome, o reconhecimento ao esforço que foi feito pela Prefeitura no sentido da inauguração do Posto da Boa Vista, e dizer que, em nenhum momento, este Vereador se mostrou contra qualquer tipo de homenagem. Conversava com o Ver. Comassetto inclusive nesse sentido, e essa foi a tônica das nossas manifestações. O Ver. Bernardino foi o Vereador que relatou todo o processo, tanto do meu Projeto como do Projeto do Ver. Todeschini, mas acho fundamental que esta Casa não fique alheia à vontade da comunidade. Aquela comunidade expressou diversas vezes a intenção de ter o seu nome colocado na Unidade de Saúde, que é um reflexo também do seu trabalho, mais do que de qualquer pessoa em especial. Eu posso dizer isso “de cadeira” porque gosto do Paulo, gostava do Paulo, foi, por muitas vezes, meu paciente, tive a possibilidade de tratá-lo, inclusive em casos bem graves de hipoglicemia na Unidade de Saúde. Então, acho que temos que construir, sim, Ver. Comassetto, esse conjugado; temos que ter esse diálogo, sem rancor, sem nenhuma espécie de “pé firme” em uma situação determinada, que possamos compor essa situação como democratas que somos, com o diálogo que temos.

A outra questão que queria trazer aqui - tenho recebido muitas ligações - é com relação à situação de saúde do nosso grande colega, grande amigo Ervino Besson. Eu e o Ver. Bernardino acompanhamos todo o processo, falta-nos palavras para agradecer a ação do Serviço de Atendimento Médico de Urgência, o SAMU, diligente no seu trabalho, sem dúvida, sem saber que ele era Vereador, sem saber que ele era Secretário da Copa, atuou no caso de forma que não se pode colocar nenhum reparo na situação. E, principalmente, não posso deixar de refutar o trabalho desenvolvido pela equipe do Dr. Ivan Chemale, ao trabalho desenvolvido por todos os médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem do centenário Hospital Beneficência Portuguesa, fundado em 1837, que presta um serviço de excelência em neurocirurgia. Ao Tercio Tedesco, Diretor Médico do Hospital, sobrinho do ex-Presidente do Tribunal de Justiça, Dr. Tedesco; ao Heraldo Martins, Presidente da Beneficência, que, com tanto carinho e competência, tem tratado esta situação do Ver. Ervino.

O Ver. Ervino teve um pico hipertensivo em função de uma situação de muito estresse que já vinha passando neste período todo, acabou tendo um AVC hemorrágico, entrando em coma, sendo entubado e tendo que fazer uma cirurgia na madrugada de sexta para sábado. Uma cirurgia longa, de mais de cinco horas, realizada de forma muito competente pelo Dr. Ivan. Quero dizer que eu me coloco, não é só por ser o Ervino, à disposição de todos. Sempre que a gente puder dar a nossa parceria de contribuição, a gente vai dar, seja pelos outros Vereadores, seja... (Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. Mauro Pinheiro; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu compreendo o desabafo do Ver. Engenheiro Comassetto, compreendo. Eu, na realidade, estou aqui desde o início da Sessão, não saí ainda e disse, no meu pronunciamento, que eu falaria contra e votaria a favor. Porque a Srª Dilma Vana Rousseff não pediu o Título; ele foi proposto, ele foi oferecido, e ela aceitou. Inclusive tive o cuidado de ver se havia aceitação dela no processo, e há aceitação. Eu já votei aqui contrário a um Título a uma figura internacional, porque não fez nada por Porto Alegre. Pode ter feito por sua terra e não mais do que a sua terra, então achei que não havia enquadramento legal. Neste caso há enquadramento legal. Agora, é necessário que entendamos as posições dos Vereadores, todos. Não podemos pensar que o Projeto, que a Bancada do Partido dos Trabalhadores e os outros... Eu, inclusive, assinei também, não tenho nada contra a figura humana de Dilma Rousseff, mas ela é candidata à Presidência da República. Hoje ela é candidata, hoje nós íamos votar; no momento em que apresentaram, ela não era, mas hoje ela é candidata. Houve discurso aqui essencialmente eleitoral, houve uma pressa em fazer essa votação, e foi solicitado o art. 81.

Eu tenho uma proposta de Título in memoriam a uma pessoa tradicional desta Cidade, deu nome a uma rua importante; na figura da história da Medicina desta Cidade, é importantíssimo. Já faz tempo que eu apresentei, mas não vi ainda correr pauta, e aqui estamos votando pelo art. 81, ou seja, sem parecer de ninguém; sem parecer, nós estamos votando porque está aqui há mais de 45 dias. Essa pressa deveria ter sido evitada, porque eu não acho que a Srª Dilma Rousseff mereça a desatenção de não receber o Título que alguém da Casa lhe propôs. Ela não merece isso. Ninguém pede para receber título. Ofereceram, e ela aceitou.

Eu disse, quando nós discutíamos a matéria, que talvez não seja o momento certo, e, não sendo o momento certo, de repente pode acontecer o que aconteceu. Eu avisei que não haveria quórum. Também avisei, mostrei que não havia quórum quando eu fiz o meu pronunciamento em discussão. Então, é de lamentar o que aconteceu, inclusive estragou a nossa tarde, nós paramos a votação, depois tivemos uma convocação extraordinária para correr Pauta, porque, senão, os processos se acumulam, e a Pauta não corre. A Pauta é um momento muito importante da nossa Sessão, é quando tomamos conhecimento daqueles Projetos que entraram na Casa, é quando podemos falar sobre os projetos com tranquilidade e quando podemos apartear o orador e saber se será algo de bom para a Cidade ou não tão bom, porque também na Pauta há um excesso de Projetos de Lei. Nós não precisamos de mais leis; nós precisamos fiscalizar o cumprimento das leis que fazemos aqui, que devem ser claras, precisas e concisas. Mas ficamos fazendo leis! Parece que, se o Vereador não fizer uma lei por semana, não é Vereador. Não! O bom Vereador fiscaliza o cumprimento da lei, em primeiro lugar, é o poder-dever de fiscalizar - essa é a função maior do legislador. Eu nem disse Vereador, vejam que eu disse legislador, e isso também vale para o Deputado Estadual e Deputado Federal. O dever do legislador não é fazer leis, é fazer cumprir as leis existentes. Nós temos uma Constituição que diz que saúde é direito de todos e dever do Estado. Eu não preciso dizer mais nada. Saúde e PAZ! Muito obrigado

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente Mauro Pinheiro, colegas Vereadoras e Vereadores, público que acompanha a nossa Sessão no dia de hoje, eu acho que todos nós, cidadãs e cidadãos, Vereadores ou não, temos uma opinião sobre a realidade brasileira e - por que não? - da política. E por que não, em sendo Vereador, ser favorável ou não a apresentar Projetos de Lei? Se não tivéssemos iniciativas, não haveria sentido estarmos aqui! Temos que ter muitas iniciativas para podermos justificar inclusive a nossa permanência no Parlamento. E aí, sim, a existência do Vereador se faz necessária. Estarmos aqui para dizer sim ou não ou só sim para o Governo é um enorme desperdício. É uma opinião de um Vereador. Quando algum Vereador propõe uma homenagem, independente de qual seja o Partido, eu tenho percebido aqui neste Plenário que todas as iniciativas foram aceitas, inclusive consensualizadas com os diversos Partidos. Portanto, a iniciativa do Ver. Comassetto foi atropelada por alguns Vereadores. A gente respeita a opinião, mas tenho certeza de que estaremos evoluindo logo ali na frente, possivelmente na quarta-feira, quando cada ideia, brilhante ou não nesse aspecto, tenho certeza de que será aceita.

Eu quero falar aqui, Vereadores João Bosco, Idenir Cecchim, Toni Proença, João Antonio Dib, que fiquei surpreso com a manifestação pública, nos jornais de sábado, do ex-Prefeito José Fogaça, quando ele disse que estava muito preocupado com a questão da gestão pública da saúde tanto em Porto Alegre quanto no Interior. Nós sabemos que nos cinco anos de sua estada na Prefeitura, ele não conseguiu implementar os 13% determinados pela lei. E eu tenho dados aqui: nos cinco anos, Ver. João Antonio Dib, faltaram 6,4%; isso significa duzentos milhões de reais. Esses duzentos milhões de reais que o ex-Prefeito José Fogaça deixou de investir na Saúde possivelmente daria para resolver o problema do Programa de Saúde da Família.

Foram tantos problemas que aqui aconteceram que, inclusive, naquela época, o Prefeito disse que iria acabar com as filas na área da Saúde. Pois vejam, senhoras e senhores, que ainda continuam as filas e a enorme dificuldade de o cidadão acessar uma consulta de especialidade. Mais do que isso: às vezes é preciso que um Vereador encaminhe algumas Emendas importantes na Peça Orçamentária de outubro de cada ano para acontecer no ano seguinte, como, por exemplo, os serviços do HPS em Porto Alegre. Então, acredito que seria mais lógico o ex-Prefeito José Fogaça dizer que ele não conseguiu implementar tudo o que era necessário para Cidade exatamente porque teve dificuldade de relação com o Governo Estadual e Federal, mais precisamente com o Governo Estadual, porque o Governo Estadual não implementou nem 6% da Peça Orçamentária! O Governo Estadual está devendo muito para Porto Alegre! É escandaloso o que diz o Governo do Estado em relação aos investimentos na área da Saúde.

Por incrível que pareça, Ver. João Antonio Dib, 40% dos atendimentos em Porto Alegre, de média e grande complexidade, são de cidadãos e cidadãs que não encontram um serviço de estrutura no interior do Estado e que vêm para a cidade de Porto Alegre. Quem tem que pagar conta é o Governo do Estado para a cidade de Porto Alegre! Ficou devendo, sim! E isto tinha de ser dito pelo ex-Prefeito José Fogaça: o quanto o Estado não cumpriu. Se nós avaliarmos, os recursos mandados pelo Governo Federal - e podemos checá-los - foram volumosos, e, a cada ano, vêm mais recursos. Portanto, quem pecou aqui, quem não cumpriu a lei de responsabilidade do percentual investido na área da Saúde foi o Governo Yeda, foi o Governo do Estado, que se absteve de investir na área da Saúde, em vez de regionalizar os serviços, apoiar a descentralização e dar estrutura aos Municípios. Yeda falhou!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, gosto de ouvir o Ver. Aldacir José Oliboni, principalmente porque ele me deu razão quando trouxe ao conhecimento de todos as dificuldades enfrentadas pela Prefeitura de Porto Alegre em se tratando de Saúde. E é disso que ele deveria cuidar. Não é fazer leis e mais leis, Vereador não é Vereador porque faz leis! Depois do meu primeiro mandato, quando fiz a Lei do Silêncio e, logo em seguida, a alteração do Código de Posturas do Município... Está escrito, está lá no Memorial da Câmara de Vereadores, de próprio punho, para não ter dúvidas. Isso é lei. Mas não estou diminuindo nada, não acho que precisa fazer tantas leis. Eu tenho a convicção de que não é necessário se fazer tantas leis. E não sou eu quem diz isso; já em 1830, o Governador da Província já dizia isto: “Chega de leis, as que há são necessárias e suficientes; basta que sejam cumpridas”. E dizia mais: “Leis devem ser fruto da razão, da experiência e da luz”.

Não é porque ali tem um Prefeito diferente do meu Partido, do meu pensamento, que eu começo a fazer leis para dizer o que ele tem a fazer. Não! Não é isso. Eu tenho é que o fiscalizar. Se acontecesse isso, o nobre Ver. Oliboni, que falou pela oposição, obrigando-me a falar pela situação, não teria falado no problema Saúde. Se ele tivesse fiscalizado, como ele é do PT, como o Presidente da República é do PT, ele teria dito que, quando o Presidente Lula assumiu o Governo, a Prefeitura de Porto Alegre passou a receber menos recursos na Saúde. E digo mais, com a tranquilidade de quem analisa, de quem fiscaliza, de quem cuida: desde que assumiu, em nenhum ano ele se igualou aos 307 milhões mandados pelo Governo FHC no último ano de seu Governo. A importância que, no ano passado, chegou a Porto Alegre é maior do que os 307 milhões, mas eu preciso aplicar a correção devido a simples inflação, e, mesmo assim, vieram cerca de 25 milhões a menos do que os 307 milhões corrigidos. Todo o Orçamento da Prefeitura se faz com correção. Nesse período de sete anos, o Lula mandou 335 milhões de reais a menos do que deveria ter mandado para equilibrar os 307 milhões reais do Governo FHC. No primeiro ano, mandou 251 milhões em cima de 307 milhões de reais; no segundo, mandou 270 milhões ou 275 milhões, e aí foi indo. Agora, aplica a correção monetária, que era o lógico, da inflação... O Governo também opera dessa forma, não somos somente nós.

Não venham me dizer... O Município de Porto Alegre, não é de agora, no tempo do PT também usava mais do que 15%, que é constitucional. Nós chegamos a usar 20%. Quando assumiu o Pedro Gus na Secretaria da Saúde, mais de quatro mil cirurgias foram feitas, cirurgias que estavam represadas pelo Partido dos Trabalhadores - foram feitas, e continuam fazendo. Claro que nós temos dificuldades; tanto é verdade que nós temos dificuldades, que o Presidente da República impediu a votação da regulamentação da Emenda Constitucional nº 29, que é do ano de 2000. Agora, cinco mil Prefeitos foram a Brasília para pedir a regulamentação da Emenda Constitucional nº 29. É possível? Será que este ano eles vão votar a Emenda Constitucional nº 29? A regulamentação, onde a União deve dar 10% da sua arrecadação tributária? Com este Presidente aí, não! Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, o Ver. Aldacir Oliboni veio à tribuna e trouxe dados importantes. Ele mesmo disse que 40% dos atendimentos feitos em Porto Alegre vêm do interior do Estado e estranhou as declarações do Prefeito Fogaça. Vereador, V. Exª não precisa estranhar as declarações do Prefeito Fogaça, porque ele é um homem educado, ele não gosta de criticar por criticar e nem devia fazê-lo. Ele apenas está anunciando o que vai fazer. Homem inteligente que é, ele detectou essa falta da presença, um pouco do Estado, e a falta de recursos do Governo Federal, porque tudo isso é Brasil. Em relação à municipalização da Saúde, na realidade, ela só municipalizou as obrigações, porque, naqueles hospitais, naquelas instituições que pertencem ao Governo Federal, há tanta fila e tanta falta de atendimento quanto um posto de saúde do Município. Não conseguem atender, mas nem por isso o Prefeito Fogaça fica reclamando do Presidente Lula. Não reclama porque sabe da dificuldade de se atender todo mundo. Em quase todos os locais federais, estaduais ou municipais de atendimento à saúde nós temos uma fila esperando ou uma lista de espera no computador por tratamento.

O Ver. Dib lembrou muito bem: o Secretário Pedro Gus teve criatividade e atitude. Eu ouvia o senhor dizendo: “Com o dinheiro do Governo Federal” - claro, é obrigação do Governo Federal! Todos os impostos são recolhidos pelo Governo Federal. O que tem que ter é atitude. E o Prefeito Fogaça, certamente, vai ter a atitude que sempre teve quando assumir como Governador do Rio Grande do Sul em janeiro. Vai fazer aquilo que tem que fazer, sem culpar pessoas, sem culpar Governos. O Fogaça é um homem educado, responsável e não precisaria ficar dando declarações culpando alguém - nem no sábado e não vai fazer nem na campanha política. Ele é assim. Mesmo sendo atacado, prefere mostrar soluções, providências ou boas intenções. Eu espero que nós comecemos a resolver o problema da Saúde com atitudes concretas e menos discursos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Não há mais Vereadores inscritos para Comunicação de Líder. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h38min.)

 

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